terça-feira, 29 de abril de 2014

o novo é bom? o novo é novo?

Vem cá ver que o novo é bom
Pode amedrontar, te atropelar, te desgovernar
Te desafiar, mas desafinar na hora

Um dia, uma solidão
De um lado o trapézio e do outro o chão
Um salto em sua direção, toda esperança em suas mãos

Se você for me soltar, me avisa pra eu fechar os olhos
Não vai doer se eu não me ver cair

Those are the changes
And you can't touch with your hands
All the ends you can change
But you can't see with your eyes

(medulla, o novo)

domingo, 20 de abril de 2014

Leituras futuras

Vou aproveitar o espaço pra registrar aqui algumas leituras que quero fazer.

A invenção da homossexualidade - Paulo Roberto Ceccarelli
http://incubadora.ufrn.br/index.php/Bagoas/article/viewFile/505/429

A era do vazio - Gilles Lipovetsky
http://www.filoczar.com.br/filosoficos/Lipovetsky/LIPOVETSKY,%20Gilles.%20A%20era%20do%20vazio.pdf


O primeiro foi indicação de um rapaz que participa comigo de um grupo de estudos sobre mulheres na UFABC. Já o segundo encontrei hoje na internet. Eu estava interessada por Lipovetsky devido a minha indigestão perante a moda e ontem estava lendo um artigo sobre ele numa revista de Filosofia. Por acaso, hoje descobri que ele também trata do humor - a outra questão que me dá nó.

É isso.
Só espero que eu consiga lê-los um dia.

Boa noite.

Racismo (breve registro do pontapé inicial pra desconstrução)

Aqui vai a seleção de links e comentários pra disciplina de PPGEG. É o começo da minha desconstrução do racismo, tem bastante baboseira escrita. Por se tratar de uma disciplina que puxa pro lado pessoal eu não tive muito medo de escrever mal ou de falar bobagem. Este post foi pra mostrar mais ou menos qual o pontapé inicial que eu dei pra tentar entender a questão (do racismo, mas tem alguns comentários sobre gênero).
Informações sobre a minha pesquisa
Bom, comecemos então a parte de meu trabalho chamada de “informações sobre a minha pesquisa”. Por “pesquisa” estou compreendendo todo o processo de busca por compreensão – desde o primeiro segundo de aula – e de reflexão sobre os temas tratados na disciplina. Isto inclui pensamentos soltos, anotações no caderno, coisas que li na internet, dúvidas que tenho e ainda não encontrei resposta (e nem pretendo), etc. A maioria destas reflexões são menos sistemáticas (no sentido de adquirir conhecimentos concretos pra acumular na cabeça) do que pessoais. Os conteúdos desta disciplina necessariamente levam a reflexões acerca da minha condição enquanto parte de uma sociedade desigual e cheia de convenções baseadas em conceitos socialmente construídos, portanto, acho que faz mais sentido eu utilizar este espaço como um apoio para o meu processo de conhecimento a partir da desconstrução, do que como um depósito de conteúdos soltos. Para tanto, postarei links de textos que li a fim de orientar minha busca e, eventualmente, comentários (principalmente dúvidas) sobre os mesmos.
 Começando por:
 QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS
 Notícia boa:
Sobre a inclusão de uma disciplina obrigatória que trate de questões étnicas. Nas próprias escolas estaduais eu sinto que falta uma abordagem mais direta destes temas (da questão étnico-racial, de gênero, entre outras). Nos documentos para a educação existe a “sugestão” dos temas transversais (e em 2013 a LDB passou a exigir uma “consideração com a diversidade étnico-racial), mas minha experiência como aluna (e quase-professora) da rede estadual  só traz lembranças pontuais como: o dia de desenhar “qualquer coisa sobre negros” ou “qualquer coisa sobre os índios”, enfim, nada reflexivo. Saí da escola sabendo que negros foram injustiçados lá no passado, mas sem fazer nenhuma ligação com o racismo no presente. Isto me leva à raiz do problema mais uma vez: falta capacitação dos professores para que as políticas sejam aplicadas de forma efetiva.
 Sobre ciganos:
Uma cultura sobre a qual meu conhecimento é quase nulo (tirando todos os estereótipos que tenho em mente).
 Breve artigo pra entender melhor a questão:
Este texto cutuca uma ferida na qual eu tenho pensado bastante nos últimos tempos: a importância de reconhecer os próprios privilégios. Eu costumava ter aqueles raciocínios simplistas como “cotas para negros é racismo” ou “conheço 2 negros que estudam em universidade pública” até pouco tempo atrás e não porque eu era burra ou uma pessoa ruim, mas porque eu estava na posição cômoda de enxergar e pensar as coisas a partir das minhas próprias referências, ignorando a pluralidade, ignorando aquilo que eu não conheço e, pior, ignorando as entrelinhas. Graças ao contato que tive com o feminismo – a partir do qual senti na pele a dificuldade que é implorar pela compreensão de pessoas que jamais passarão pelas experiências que passei por estarem em posições privilegiadas – pude notar que a minha visão sobre questões étnico-raciais era completamente limitada e que, até então, eu não estava fazendo esforço algum para compreender a perspectiva do “outro”. Admito que meu envolvimento com a questão ainda esteja em seus primeiros passos, eu reconheço meus privilégios por ser uma mulher não-negra, mas meu preconceito ainda é bastante recorrente na fala e em gestos que eu mesma não percebo. O que quero dizer, enfim, é que o fato de eu ter “tomado consciência” sobre a gravidade do problema do racismo no Brasil em pleno século XXI não me torna livre de preconceitos, pelo contrário, isto apenas me põe um alerta para que eu torne a desconstrução uma parte de meu dia-a-dia (e, claro, sempre com a abertura pra “puxões de orelha” de quem quiser me ajudar na desconstrução).

Quando chego ao ponto do fretado em cima da hora surge a dúvida: será que estou sozinha ou tem outros estudantes aqui? Aí pronto: olho ao redor e meu sensor de “aluno de universidade federal” começa a funcionar. Não seria exagero dizer que eu me surpreendo toda semana.

Normalidade: isto existe?

Pretendo ler este aqui em breve:

 QUESTÕES DE GÊNERO
 Sobre gênero, sexo e banheiros (em inglês, mas o importante são as imagens):
Será que é possível ter banheiros separados sem reforçar estereótipos? A princípio, penso que a única razão pela qual os banheiros são separados por sexo é a “segurança” de poder entrar na cabine sem ser atacada por um homem (nos lugares que frequento, se o banheiro não é muito isolado, até que funciona). No entanto, esta me parece ser a mesma lógica que justificaria a criação de vagões femininos. Enfim…

Encontrei também este aqui da Lola: ela colocou num texto tudo o que venho tentando mostrar para os homens de meu convívio esse tempo todo. E pra quem diz que meu medo de andar sozinha a noite é irracional: não é de assalto que eu tenho medo, eu corro um risco diário de passar por coisas horríveis simplesmente porque possuo uma vagina (ou melhor, simplesmente pq alguns homens acreditam que a mesma está lá a seu serviço). Daí a urgência de uma mudança nessa mentalidade cruel desde a base.

Por enquanto é isso…
postado anteriormente em www.politicaspublicasdegeneroetniaegeracao.wordpress.com

Nova categoria: academicamente falando

Criei uma tag nova. Se chama "academicamente falando". Isso significa que, eventualmente, postarei coisas que escrevo pra faculdade (não todas né, só as que forem ruins o suficiente pra não correr risco de plágio, rs) já que eu tô sempre escrevendo por lá e uma hora ou outra esta Filosofia toda precisa ter alguma relação com meus questionamentos e crises pessoais. Pra começar o que posto abaixo é um pré-projeto (bem mais ou menos e bem mal escrito) que fiz pra disciplina de PPGEG (você sabe o que significa). Enfim, não vou detalhar muito pq ainda tenho alguma confiança na nossa memória, né.
Queria aproveitar pra registrar uma coisa: existem duas questões que andam me atormentando (na verdade 3). Daquelas que de tantos nós que criam você fica com preguiça/medo de pensar e, ao invés de passar uma noite em claro tentando achar resposta, você prefere passar semanas pensando em prestações até a resposta vir naturalmente na hora que você acorda. São elas: 1) moda e identidade: quem é a vilã?; 2) humor politicamente incorreto: pq me incomoda tanto?
Bom, em breve posto a versão boa e completa do projeto. Segue a prévia abaixo:

PRÉ-PROJETO DE POLÍTICA PÚBLICA
Semana das Diversidades na Escola
O que a política fará: tornará obrigatória a realização anual da Semana das Diversidades na Escola. Esta consistirá em um evento com a duração de uma semana, que trará atividades que promovam um primeiro contato com questões de gênero, etnia e geração, de modo a tornar a comunidade escolar um grupo de pessoas conscientes da importância de respeitar as diferenças. Para xs alunxs serão ofertadas atividades variadas e adequadas de acordo com a idade – oficinas, conversas em roda, dinâmicas, jogos, etc. – enquanto os professores, no mesmo horário, estarão participando de um curso para orientá-los sobre como lidar com as diversidades dentro da sala de aula, a fim de que os mesmos não perpetuem preconceitos.
Público alvo: alunxs de todas as séries (da pré-escola ao ensino médio) e professorxs de escolas municipais, estaduais e federais.
Objetivo: promover a quebra (ou a não assimilação) de estereótipos e tabus de gênero, etnia e geração, a fim de que a escola seja um ambiente aberto às diversidades.
Demanda: sabe-se que os anos escolares tem grande peso na formação de nossa personalidade.  O contato com nossxs colegas e com suas ideias é fundamental para a formação de nossa personalidade e conduta. Diante disto é de se esperar que, quando inseridos em um grupo que dissemina ideias preconceituosas, crianças e adolescentes tenderão a seguir os padrões de comportamento dominantes no grupo, reproduzindo tais preconceitos. No entanto, sabemos tais preconceitos não nascem junto com as crianças, quem se encarrega de transmitir estas ideias são as pessoas com quem elas convivem. Sendo assim, é fundamental que a escola – lugar na qual os indivíduos passam boa parte do início da vida – não seja fonte de ideias e comportamentos contaminados por preconceitos de qualquer espécie.  Daí a necessidade de se trabalhar a quebra de estereótipos (ou a não formação deles) desde os primeiros anos escolares e, principalmente, de tornar as figuras de autoridade (que são dotadas de grande poder de influência, mesmo de forma não intencional) exemplos de consciência e respeito frente às diversidades.
Postado anteriormente em: www.politicaspublicasdegeneroetniaegeracao.wordpress.com

Eu também não gosto de poesia

Eu não gosto de poesia
mas criei um pseudônimo
Não adentra pelo sensível
mas sai sem permissão
Escorregadia
Honesta
Cruel

(Antonio Lira)

Eu não gosto de poesia

Um
A culpa é minha
medo da exposição
medo da taxação
pois eu sou a criadora do estigma
olhe para si, não olhe para os outros
Quem foi que plantou
este pudor em mim?
Só o amor não basta
Eu quero ser aquela que almejo
no ápice da liberdade
Eu quero sentir o poder que sinto
no ápice da liberdade
(Antonio Lira)

Veneração ao absoluto
Planos em cima de dúvidas
certezas mal avaliadas:
negligenciadas
pela tentação da segurança
Revisar antes que tudo se dissolva
"O" futuro obscurece
ao cutucar o status quo
"não trocar o certo pelo duvidoso",
eles dizem
Mas as dúvidas ainda estão aqui
"o que é que te confunde tanto",
perguntamos
Eu quero mudar com você!
Mas devo mudar a postura da promessa
Eu tenho medo do determinismo
Firmar um futuro
Pular num abismo
Jogar ao fundo as possibilidades
Devolva-me a incerteza!
mas não me deixe sozinha na selva
Onde está a minha memória?
Estou presa no agora.
(Antonio Lira)

Catarse
Faço tudo com a melhor das intenções:
me tornar uma pessoa melhor...
do que as outras?!?!
Ser aquilo que lhes falta
é a minha ambição
Sob o nome do bem comum
vivo a solitária competição
(Antonio Lira)