domingo, 20 de abril de 2014

Eu não gosto de poesia

Um
A culpa é minha
medo da exposição
medo da taxação
pois eu sou a criadora do estigma
olhe para si, não olhe para os outros
Quem foi que plantou
este pudor em mim?
Só o amor não basta
Eu quero ser aquela que almejo
no ápice da liberdade
Eu quero sentir o poder que sinto
no ápice da liberdade
(Antonio Lira)

Veneração ao absoluto
Planos em cima de dúvidas
certezas mal avaliadas:
negligenciadas
pela tentação da segurança
Revisar antes que tudo se dissolva
"O" futuro obscurece
ao cutucar o status quo
"não trocar o certo pelo duvidoso",
eles dizem
Mas as dúvidas ainda estão aqui
"o que é que te confunde tanto",
perguntamos
Eu quero mudar com você!
Mas devo mudar a postura da promessa
Eu tenho medo do determinismo
Firmar um futuro
Pular num abismo
Jogar ao fundo as possibilidades
Devolva-me a incerteza!
mas não me deixe sozinha na selva
Onde está a minha memória?
Estou presa no agora.
(Antonio Lira)

Catarse
Faço tudo com a melhor das intenções:
me tornar uma pessoa melhor...
do que as outras?!?!
Ser aquilo que lhes falta
é a minha ambição
Sob o nome do bem comum
vivo a solitária competição
(Antonio Lira)

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