quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O homem que só tinha certezas

O homem que só tinha certezas quase nunca usava ponto de interrogação, e em seu vocabulário não constavam as expressões: talvez, quiçá, quem sabe, porventura.

Parece que foi de nascença. Ele já teria vindo ao mundo assim, com todas as certezas junto, pulou a fase dos por quês e nunca soube o que era curiosidade na vida. Na escola, era uma sensação. Mas não ligava muito pra isso não. E cresceu achando muito natural viver derramando afirmações pela boca. Tinha resposta pra tudo, o homem que só tinha certezas, mas o maior orgulho do homem eram as certezas mais duvidosas que ele tinha. A certeza de que o mais fraco ia vencer, de que as coisas iam melhorar, de que o desenganado ainda teria muitos anos pela frente.

A notícia espalhou-se rapidamente. Como ele vivia no meio de pessoas, e pessoas vivem cheias de dúvidas, logo começaram a pedir sua opinião para os mais diversos assuntos, os triviais e os de grande importância, e ele, certo de que podia viver muito bem de suas certezas, virou um consultor. Pendurou em sua porta uma placa onde estava escrito "Consultor de tudo" e o negócio foi crescendo aos pouquinhos. Devido ao boca-a-boca favorável de clientes e a um único anúncio no rádio, passou a atender, sem nenhum exagero, milhares de pessoas por dia, até que limitou o número de consultas diárias para quatrocentos e oitenta, um minuto e meio por pessoa, o que era mais do que suficiente para uma resposta certa desde que a pergunta não fosse muito longa.

Chegava gente do país inteiro e depois de outros continentes, pessoas comuns, pessoas ilustres, todas elas indecisas, mas cada pessoa só tinha direito a uma pergunta por consulta, o que as deixava mais indecisas ainda. Certa vez uma moça chegou na dúvida se devia perguntar primeiro sobre o amor ou o trabalho, no que o homem respondeu, sobre o amor, é claro, senão você não vai conseguir trabalhar direito, e deu por encerrada a consulta. O homem que só tinha certezas aconselhou um garoto tímido a tomar quatro cervejas, encorajou um político receoso a aprovar um projeto esquisitíssimo que se destinava a melhorar a vida dos homens, avisou a uma senhora preocupada com os anos que no caso dela nada melhor do que beijos na boca, desentorpeceu um rapaz doente de amor por uma mulher que gostava de outro, convenceu o ministro da fazenda de que ou o dinheiro era pouco, ou eram muitos os homens, ou ele estava louco, ou alguém tinha se enganado nas contas.

Não demorou muito para se tornar capa de todas as revistas e personagem assíduo dos programas de TV. Para cada pergunta havia uma só resposta certa e era essa que ele dava, invariavelmente, exterminando aos pouquinhos todas as dúvidas que existiam, até que só restou uma dúvida no mundo: será que ele não vai errar nunca? Mas ele nunca errava, e já nem havia mais o que errar, uma vez que não havia mais dúvidas.

Num mundo que só tinha certezas, o homem que só tinha certezas virou apenas mais um homem no mundo. Melhor assim, ele pensava, ou melhor, tinha certeza.

Um dia aconteceu um imprevisto, e o homem que só tinha certezas, quem diria, acordou apaixonado. Para se assegurar de que aquela era a mulher certa para ele, formulou cento e vinte perguntas, que ela respondeu sem vacilar, mandou fazer mapas do céu, exames de sangue, contagem de triglicerídeos, planilhas complicadíssimas e finalmente apresentou a moça à sua mãe e ao seu cachorro. Os dois se amaram noites adentro, foram a Barcelona, tiraram fotos juntos, compraram álbuns, porta-retratos, garfos, facas, um escorredor de pratos, tiveram filhos e tal, e, desde então, por alguma razão desconhecida, o homem que só tinha certezas foi perdendo todas elas, uma por uma. No início ainda tentou disfarçar, por via das dúvidas, quem sabe era um mal passageiro? Mas as dúvidas multiplicavam-se como praga (dúvidas se multiplicam?), espalharam-se pelo mundo, e agora, meu Deus? Deus existe? Existe sim. Ou será que não? Ele não estava bem certo.
(FALCÃO, Adriana)
















O texto não é meu, é de um livro que eu achei enquanto moscava na biblioteca. Confesso que não li direito, mas achei interessante... me identifiquei com o começo e o final, só não li direito o meio.

Hoje eu coloquei o despertador pra lembrar daquela viadagem de ser feliz 10min. por dia. O celular tocou umas 5 vezes na sala de aula, e e fiquei colocando no soneca pra ver se vinha uma inspiração. Mas todas as vezes eu tava muito ocupada fazendo lição pra pensar num motivo. Até que eu desisti e desativei o despertador.
Fiquei o dia todo numa boa, fui no Carrefour com minha mãe, num fiz mais nada de mais. Fui pro trampo, chegando lá fiquei moscando um pouco na secretaria, só depois fui pra biblioteca. Liguei pra Jack, depois acabou o crédito e eu fiquei sem o que fazer novamente. Foi ai que começou a tocar O Velho e o Moço do Los Hermanos... eu já tinha escutado ela mil vezes a tarde, mas sei lá... eu parei pra ouvir de verdade, analisando as palavras e vendo que elas realmente faziam muito sentido pra mim. Não só faziam sentido como também me traziam um alívio, sei lá. Aquela sensação que dá quando você percebe que ta tudo do jeito que vc queria que estivesse, e que as coisas estão cada vez mais perto de acontecer. Não sei por que mais me imaginei no meio de uma chuva, no acampamento, essa música tocando e eu lá simplesmente FELIZ.
Quando eu menos esperava, ela veio. É sempre assim, quando a gente menos espera que ela aparece. O despertador é bom pra me lembrar que uma hora ou outra, ela vem. Amanhã eu vou acordar cedo, ir pra escola, arrumar minhas coisas pro acampamento, ir pro trampo, ir pra casa da Paula e ser feliz sem hora marcada.



That's it :*

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

vai passar

não posso deixar acontecer de novo
cansei de não me sentir a pessoa mais feliz do mundo

eu não sei se quero que me escutem ou se quero me esconder

tenho minhas dúvidas

se esconder é mais fácil, fato
mas não me acrescenta nada

to precisando mandar as pessoas irem tomar no cú
não que elas mereçam isso,
(não toda hora)

eu só preciso selecionar melhor pra qm eu vou falar isso


leave me alone! asdhosapopsaheopas
brinks


VAI PASSAR

sempre passa

sempre volta tbm

mas depois passa de novo :)



a vida tbm é outra malandrinha que ta passando

e eu to ficando pra trás







INvoluindo, sempre :)






to ficando cansada de descobrir o sentido das coisas e as pessoas virem e destruí-lo
de encontrar meu rumo e, mais tarde descobrir que nele também há mentiras

dramático? claro que sim

mas se não tivesse drama eu ia ta pior do que eu to agora

não que eu esteje muuuuito mal,
mas eu tbm não to que nem eu tava antes


será que é possível eu voltar a ser a Lilian feliz de antes?

claro que não, eu sei disso
é até bom que eu não volte mesmo

só quero voltar a me sentir bem como a Lilian de antes


quando a gente começa a pensar, as verdades começam a aparecer e ela nem sempre é agradável


palavras são tão vazias se formos parar pra pensar..

elas não expressam um terço do que queremos dizer






é o seguinte:
amanhã eu tenho aula, faz anos que não posto nisso aqui porque fiz um twitter e ele é mais prático, ahauauaau
vou dormir pq eu tenho um motivo pra ir pra escola amanhã: to com o desenho de um ser humano da minha sala ele precisa ser entregue amanhã sem falta (o meu tbm precisa, mas eu sei que uma nota não vale tanto quanto uma bela manhã de sono ahauahuha)


é isso, tchau
beijos.

ps: ultimamente os meus posts devem ter sido apenas de 'blablablá' e 'who cares?'


terça-feira, 8 de setembro de 2009

eu to bem

boa noite (boa tarde).

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Será que quando a gente acredita em alguma coisa a gente fica mais confiante? Acho que sim, mas porque vc cria falsas esperanças de que tudo não passa de 'coisas da vida ' e do destino.

Positividade? Ultimamente nem nisso eu to acreditando mais direito, melhor ser pessimista e as vezes se surpreender com as coisas boas que acontecem do que quebrar a cara sempre por esperar de mais das pessoas, ou das coisas.

Tá amanhã eu posso mudar de idéia, como eu digo, essa é a sintonia entre meu cérebro, dedo e teclado que não quero que seja interrompida.

To sem fazer nada aqui, com infinitas possibilidades, poderia muito bem ir logo ali, comprar um negocinho ali e passar a tarde numa boa. Mas eu não sei o que acontece depois disso e infelizmente tenho que assumir que o medo está me travando. Outro motivo é o seguinte: fazer essas coisas sozinha é muito depressivo e eu acho que já deu né.

Talvez sexta-feira ou sábado eu faça algo, faz tempo que eu não faço meu dia valer REALMENTE a pena. Tá, eu sei, todos valem mas estão valendo exatamente igual desde um certo tempo ai. Preciso mudar muito a minha vida, acho que to desperdiçando ela.





Ultimamente ando me comportando de uma maneira que não me orgulho muito. Sei lá o que ta acontecendo, só sei que isso de alguma forma tá me fazendo mudar pra melhor, por mais irônico que seja. Tirando algumas atitudes, que estão acabando com meu 'campo magnético' ahuahuaahua.














¬¬'









Que o teu afeto me afetou é fato, agora faça-me um favor.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Linoleum

Possessions never meant anything to me
I'm not crazy (Cause I got none)
Well that's not true, I've got a bed and a guitar
And a dog named dog who pisses on my floor
That's right, I've got a floor
So what, so what, so what?
I've got pockets full of kleenex and lint and holes
Where everything important to me just seems to fall right down my leg
and on to the floor
My closest friend linoleum
Linoleum
Supports my head, gives me something to believe
That's me on the beachside combing the sand
Metal meter in my hand
Sporting a pocket full of change
That's me on the street with a violin under my chin
Playing with a grin, singing gibberish
That's me on the back of the bus
That's me in the cell
That's me inside your head
That's me inside your head


Viver a vida, da minha maneira.
:D


Com o tempo, amadurecemos as idéias... pode se passar MUITO tempo, mas isso acontece, fato.
Só espero que a partir de agora, seja mais rápido, a vida passa.
Com o tempo eu percebi que os valores podem ser o sentido de uma vida, ou pelo menos influênciar muito nele. Acho que isso é um dos fatores que mais diz quem é quem. Apesar de alguns terem valores semelhantes, eles sempre tem suas excessões e modificações pessoais. Por mais parecidas as pessoas aparentem ser, elas nunca seguiram 100% o mesmo estilo de vida. É isso o que eu penso. Pelo menos o Eu de hoje, ou o Eu de agora.
Mensagem para o meu Eu do futuro: você nunca será igual a mim, babaca! :)

Pode ser que amanhã eu encontre Jesus e ele me induza a pensar que tudo o que eu to pensando, e tudo o que eu quero fazer .. ou melhor, tudo o que eu VOU fazer, é besteira. Talvez ele me diga que eu to possuída, que o meu lugar no paraíso tá perdido, que eu vou é pro inferno fazer churrasco com o Cramunhão hahaha.
Pode ser também que eu acorde com o Cramunhão no corpo e fique super amiga dele, ai a gente sai, eu faço tudo o que eu queria fazer e ele fica suuuper feliz por eu estar quebrando os mandamentos da Bíblia e garantindo minha passagem pra casa dele.
Ou pode ser que eu simplesmente acorde da mesma maneira que eu estou agora: Não acreditanto em nenhum dos dois (em Jesus eu ainda acredito vai, ele deve ter sido um bom filósofo, poderia ter ganho Premios Nobéis da Paz e descoberto uma fórmula química/física na qual você pisca o olho e a água se transforma em vinho... admiro esse cara, mas ainda prefiro Einstein, ele era mais humilde e a foto dele é mais legal).

Só isso cara.
A máxima sintonia entre meu cérebro, meus dedos e o teclado que eu consegui por hoje.

Quero mais idéias, um beijo.