domingo, 20 de abril de 2014

Racismo (breve registro do pontapé inicial pra desconstrução)

Aqui vai a seleção de links e comentários pra disciplina de PPGEG. É o começo da minha desconstrução do racismo, tem bastante baboseira escrita. Por se tratar de uma disciplina que puxa pro lado pessoal eu não tive muito medo de escrever mal ou de falar bobagem. Este post foi pra mostrar mais ou menos qual o pontapé inicial que eu dei pra tentar entender a questão (do racismo, mas tem alguns comentários sobre gênero).
Informações sobre a minha pesquisa
Bom, comecemos então a parte de meu trabalho chamada de “informações sobre a minha pesquisa”. Por “pesquisa” estou compreendendo todo o processo de busca por compreensão – desde o primeiro segundo de aula – e de reflexão sobre os temas tratados na disciplina. Isto inclui pensamentos soltos, anotações no caderno, coisas que li na internet, dúvidas que tenho e ainda não encontrei resposta (e nem pretendo), etc. A maioria destas reflexões são menos sistemáticas (no sentido de adquirir conhecimentos concretos pra acumular na cabeça) do que pessoais. Os conteúdos desta disciplina necessariamente levam a reflexões acerca da minha condição enquanto parte de uma sociedade desigual e cheia de convenções baseadas em conceitos socialmente construídos, portanto, acho que faz mais sentido eu utilizar este espaço como um apoio para o meu processo de conhecimento a partir da desconstrução, do que como um depósito de conteúdos soltos. Para tanto, postarei links de textos que li a fim de orientar minha busca e, eventualmente, comentários (principalmente dúvidas) sobre os mesmos.
 Começando por:
 QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS
 Notícia boa:
Sobre a inclusão de uma disciplina obrigatória que trate de questões étnicas. Nas próprias escolas estaduais eu sinto que falta uma abordagem mais direta destes temas (da questão étnico-racial, de gênero, entre outras). Nos documentos para a educação existe a “sugestão” dos temas transversais (e em 2013 a LDB passou a exigir uma “consideração com a diversidade étnico-racial), mas minha experiência como aluna (e quase-professora) da rede estadual  só traz lembranças pontuais como: o dia de desenhar “qualquer coisa sobre negros” ou “qualquer coisa sobre os índios”, enfim, nada reflexivo. Saí da escola sabendo que negros foram injustiçados lá no passado, mas sem fazer nenhuma ligação com o racismo no presente. Isto me leva à raiz do problema mais uma vez: falta capacitação dos professores para que as políticas sejam aplicadas de forma efetiva.
 Sobre ciganos:
Uma cultura sobre a qual meu conhecimento é quase nulo (tirando todos os estereótipos que tenho em mente).
 Breve artigo pra entender melhor a questão:
Este texto cutuca uma ferida na qual eu tenho pensado bastante nos últimos tempos: a importância de reconhecer os próprios privilégios. Eu costumava ter aqueles raciocínios simplistas como “cotas para negros é racismo” ou “conheço 2 negros que estudam em universidade pública” até pouco tempo atrás e não porque eu era burra ou uma pessoa ruim, mas porque eu estava na posição cômoda de enxergar e pensar as coisas a partir das minhas próprias referências, ignorando a pluralidade, ignorando aquilo que eu não conheço e, pior, ignorando as entrelinhas. Graças ao contato que tive com o feminismo – a partir do qual senti na pele a dificuldade que é implorar pela compreensão de pessoas que jamais passarão pelas experiências que passei por estarem em posições privilegiadas – pude notar que a minha visão sobre questões étnico-raciais era completamente limitada e que, até então, eu não estava fazendo esforço algum para compreender a perspectiva do “outro”. Admito que meu envolvimento com a questão ainda esteja em seus primeiros passos, eu reconheço meus privilégios por ser uma mulher não-negra, mas meu preconceito ainda é bastante recorrente na fala e em gestos que eu mesma não percebo. O que quero dizer, enfim, é que o fato de eu ter “tomado consciência” sobre a gravidade do problema do racismo no Brasil em pleno século XXI não me torna livre de preconceitos, pelo contrário, isto apenas me põe um alerta para que eu torne a desconstrução uma parte de meu dia-a-dia (e, claro, sempre com a abertura pra “puxões de orelha” de quem quiser me ajudar na desconstrução).

Quando chego ao ponto do fretado em cima da hora surge a dúvida: será que estou sozinha ou tem outros estudantes aqui? Aí pronto: olho ao redor e meu sensor de “aluno de universidade federal” começa a funcionar. Não seria exagero dizer que eu me surpreendo toda semana.

Normalidade: isto existe?

Pretendo ler este aqui em breve:

 QUESTÕES DE GÊNERO
 Sobre gênero, sexo e banheiros (em inglês, mas o importante são as imagens):
Será que é possível ter banheiros separados sem reforçar estereótipos? A princípio, penso que a única razão pela qual os banheiros são separados por sexo é a “segurança” de poder entrar na cabine sem ser atacada por um homem (nos lugares que frequento, se o banheiro não é muito isolado, até que funciona). No entanto, esta me parece ser a mesma lógica que justificaria a criação de vagões femininos. Enfim…

Encontrei também este aqui da Lola: ela colocou num texto tudo o que venho tentando mostrar para os homens de meu convívio esse tempo todo. E pra quem diz que meu medo de andar sozinha a noite é irracional: não é de assalto que eu tenho medo, eu corro um risco diário de passar por coisas horríveis simplesmente porque possuo uma vagina (ou melhor, simplesmente pq alguns homens acreditam que a mesma está lá a seu serviço). Daí a urgência de uma mudança nessa mentalidade cruel desde a base.

Por enquanto é isso…
postado anteriormente em www.politicaspublicasdegeneroetniaegeracao.wordpress.com

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